A
decisão tomada pela Presidente mudará e muito o futuro da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos. Só pra se ter uma ideia, essa
medida vem sendo chamada de “Processo de Modernização”. E por que
atribuir a MP532 a responsabilidade por um processo de modernização?
Essa denominação mentirosa decorre do interesse do Governo em
diversificar as atividades da Empresa, ampliando a prestação de serviços
bancários, expandindo a Empresa para outros Continentes, atuando em
telefonia e sobrecarregando os seus funcionários. Essas mudanças incluem
a compra de aviões e a parceria com a criação do Trem de Alta
Velocidade (TAV). Diante deste cenário torna-se imprescindível a
capitalização da Empresa. E de onde tirar dinheiro para pôr em prática
as ambições da Empresa Moderna? A resposta chega com a assinatura da
MP532 que permite a associação com o capital estrangeiro e a
constituição de subsidiárias.
Esse
processo de privatização afeta diretamente a vida dos brasileiros e do
trabalhador ecetista, porque se afasta da função original dos Correios.
Inicialmente criado para a circulação de informação, foi perdendo espaço
para as tecnologias, como e-mails e telefone. Contudo, a modernidade
foi imprimindo outras características ao serviço Postal, tornando a
empresa de Correios uma importante ferramenta na circulação de
mercadorias com um grande aparato logístico que alcançava os lugares
mais longínquos com eficiência.
O que muda?
Não
é de hoje que alguns sindicatos e até a própria mídia burguesa
denunciam a queda na qualidade do serviço de Correios. O que temos de
concreto hoje é a aplicação de uma política que inclui PDV (Plano de
Demissão Voluntária), não contratação de novos funcionários, sucessivos
escândalos de corrupção aliados ao apadrinhamento político dentro da
Empresa de Correios.
Como já vinha sendo anunciado por alguns sindicatos, o processo de sucateamento dos Correios tinha um único objetivo: a queda na qualidade dos serviços postais visando a sua privatização.
Se
no governo FHC tivemos bancos, telefonia, empresas de energia e
estradas privatizadas. Agora esse processo é retomado no governo Dilma,
com a privatização de aeroportos e a mudança no estatuto dos Correios,
permitindo o uso de empresas subsidiárias e terceirizando funcionários.
Se
não bastasse proceder de forma unilateral, a Presidenta Dilma prevê
participação de um representante dos trabalhadores no conselho de
administração. O que na prática significa a exclusão dos trabalhadores
nas discussões da Empresa. Essa forma de representação, diferentemente
do governo FHC, faz com que o processo de privatização seja construído
em parceria com os dirigentes dos sindicatos que hoje, em sua grande maioria, são governistas.
A
Medida Provisória 532, na medida em que abre a possibilidade de
terceirização, limita a nossa capacidade de luta como trabalhadores,
aumenta a exploração nos setores de trabalho e retiram direitos.
O
chamado Processo de Modernização que prevê a ampliação dos serviços dos
Correios com serviços bancários, transportes, internet e etc... Não
atende o anseio da sociedade brasileira na medida em que toda a
população espera que cumpra a função para qual foi criado. O Governo
brasileiro já atua através das suas agências reguladoras no transporte
aéreo, na telefonia, nas estradas e até mesmo no sistema financeiro e
sabemos que entregar o que é Público para o grande Capital é a maneira
mais rápida de se estabelecer desigualdades sociais e retirar direitos
dos trabalhadores.
FONTE:site conlutas
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